segunda-feira, 22 de março de 2010

Gioachino Rossini o compositor

Gioacchino Antonio Rossini
O compositor da nossa ópera
Notas sobre a sua vida e obra
29 De Fevereiro de 1792 - 13 de Novembro de 1868.
Rossini nasce a 29 de Fevereiro de 1792, na cidade de Pesaro situada na costa Italiana do Adriático. Descende de uma família de músicos, o pai, Giuseppe, era trompista e a mãe, Anna Guidarini, era cantora. Os pais de Rossini desde cedo investiram na sua educação musical. Rossini possuía um talento tal que aos 14 anos foi admitido na prestigiada Academia Filarmónica de Bolonha.
Ainda adolescente, já trabalhava no frenético mundo da ópera, aos dezoito anos, escreveu uma comédia apenas em um acto. Depois de ter estreado a sua primeira obra, ‘La Cambiale di Matrimonio’, começou a ter encomendas de vários teatros, nomeadamente de Ferrara, Veneza e Milão compondo rapidamente várias obras, e adaptando-se as exigências vocais de certos cantores. Alcançou o seu primeiro grande êxito com La Pietra del Paragone, estreada no La Scala em 1812, obra que compôs com apenas 20 anos.
Rossini, embora jovem, passou a ser respeitado como um grande compositor. Não poderia ser diferente: em apenas dezasseis meses escreveu sete óperas, seis delas cómicas. Rapidamente o seu trabalho foi reconhecido internacionalmente. A principal peça deste período é a dramática Tancredo (1813). Foi com a farsa cómica A italiana em Argel, também composta nessa fase, que Rossini se tornou conhecido como um compositor ousado, fundindo expressão lírica e recursos dramáticos com a melodia límpida e harmonia rica.
Mas a carreira de Rossini também experimentou algumas ondulações. Depois da brilhante etapa de estreias, produziu composições para Milão que desagradaram os críticos. Transferiu-se para Nápoles - onde escreveu Otello - para dirigir o teatro São Carlos, onde, sob contrato, tinha que compor dramas, mas conseguiu permissão para continuar escrever sob encomenda. A partir de 1815, sob contrato com Barbaja, empresário do teatro La Scala de Milão, da Ópera Italiana, de Viena e Nápoles, compôs durante oito anos nada menos que vinte óperas.
Os italianos queriam uma comédia diferente, e Rossini fez, em treze dias, O barbeiro de Sevilha, cuja estreia, em Roma, a 26 de Dezembro de 1816, foi vaiada; mas a partir da segunda apresentação, no dia seguinte, tornou-se o maior sucesso de toda a história do teatro musical, na Itália e no estrangeiro. Rossini tornou-se o autor de óperas mais representadas na Europa e o compositor mais célebre de sua época, preferido pelo grande público, chegando a denominar-se de ‘febre rossinesca’.
Em 1822, Rossini casou-se com a famosa soprano espanhola Isabella Colbran, e voltou com ela para Bolonha. Antes disso, conseguiu uma façanha: acabou com as aberturas tradicionais dos espectáculos de ópera, muito longas e distantes da trama. Devido o enorme sucesso de Semiramis, foi convidado para se deslocar a Londres.
Em 1823, aceitou um vantajoso contrato permanente com a Ópera de Paris, onde passou a residir e chegou a exercer altas funções honoríficas, sendo entusiasticamente festejado. Compôs Guilherme Tell, a mais bela e mais completa manifestação do génio de Rossini. Recebeu do rei da França os cargos de primeiro compositor do rei, e inspector-geral de canto.
Mas depois da revolução de Julho de 1830 e dos primeiros sucessos de Meyerbeer, Rossini abandonou a capital francesa e a composição de óperas. Estava muito doente. A beira de um colapso nervoso, voltou para Bolonha. Só escreveu em 1832, um Stabat Mater, música sem muita importância, que no entanto encontra até hoje admiradores, e uma missa que é bastante melhor.
Perdeu a esposa em 1845, depois em 1846 casou com Olympe Pélissier. Distúrbios políticos levaram Rossini a abandonar Bolonha, em 1848. Depois de viver durante um tempo em Florença, instalou-se em 1855 em Paris, curado e ansioso para voltar a produzir. Compôs várias peças para piano e vozes, sempre com requinte.
Durante as suas últimas quatro décadas formam fustigadas com falta de saúde e depressões, passou o resto da vida dedicado aos prazeres da mesa, foi famoso pelas suas frases espirituosas e maliciosas. Morreu na sua casa de campo em Passy numa sexta-feira, dia 13 de Novembro, de 1868 e foi sepultado no cemitério Pére Lachaise, em Paris, França. Em 1887, os seus restos mortais foram transferidos para a Basílica de Santa Cruz em Florença, onde agora repousam.

Principais obras
Óperas cómicas – A ópera cómica era um campo onde Rossini mais se destacou com o seu talento. A alegre ópera A italiana em Argel (1813) foi eclipsada pelo sucesso enorme de O barbeiro de Sevilha (1816), que é até hoje a ópera mais representada na Itália e muito exibida no estrangeiro: merece isso pela verve da abertura e das árias, e pelo efeito irresistível das cenas cómicas. De Cinderela (1817), que é musicalmente mais séria, só sobrevivem algumas árias, modelos de bel canto, e de A pega ladra (1817) só a abertura.
A música dessas obras é muito divertida, sem seriedade nenhuma, mas excelentemente adaptadas ao texto e, sobretudo, à ação dos cantores no palco. A contribuição principal de Rossini para a música de ópera é a exploração do elemento histriónico.
não tinha o mesmo talento. É digno de nota o fato de que as aberturas de suas óperas sérias poderiam muito bem figurar como introduções a óperas cómicas. Mas na época, Tancredo (1813) foi muito admirada, mais ainda Moisés no Egito (1818), que se afigurava aos contemporâneos espécie de oratório no palco. Mas também não se cansaram de ouvir Otello (1816) e Semiramis (1823), hoje totalmente esquecidos. Só A dona do lago (1824) teve, imerecidamente, menos sucesso.
A grande obra séria de Rossini é a sua última ópera: Guilherme Tell (1829). A abertura é realmente um bom trecho de música. Mas na própria ópera, a "luta pela liberdade" parece-nos hoje travada como por soldados de chumbo. Os italianos, porém, descobriram e descobrem nessa obra os primeiros sinais do Risorgimento.
O estilo de Rossini
É o principal compositor Italiano do inicio do século XIX, do inicio do período Romântico, possuía um dom invulgar para a melodia e muita imaginação para os efeitos cénicos o que levava a um grande sucesso das suas obras.
O estilo de Rossini combina um fluxo melódico inesgotável com a vivacidade dos rítmos, a clareza do fraseado, a estrutura equilibrada e por vezes muito pouco convencional do período musical, uma textura leve, uma orquestração escorrida que respeita a individualidade de cada instrumento e uma estrutura harmónica, que embora não sendo complexa, é muitas vezes original.
A ópera cómica era um campo onde Rossini dominava na sua totalidade, as suas obras são ainda hoje bem consideradas e actuais.
Paula Pereira
22 De Março de 2010

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